sábado, agosto 16, 2008

Brainstorm

Brainstorm

Engraçado ter trinta anos. Parece, à primeira vista, algo distante aos mais jovens e nostálgico aos mais velhos. Só o que posso dizer é: procuro viver os trinta... apesar de não acreditar que cheguei à alcunha de balzaquiana, se olho para trás, a impressão é de que vivi mesmo três décadas. Quando eu tinha 12 anos, pensava que com trinta seria uma mulher feita, com emprego estável, carro, casa, família. Uma imagem de sucesso profissional e afetivo, claro. Estranho demais ver que nada mudou muito nos últimos sete anos. Parece que parei nos vinte e três. Acabo não acreditando...

Isso na verdade não é ruim. E nem me refiro à aparência; não tenho medo de envelhecer, procuro me dar bem com o espelho... que as rugas cheguem em sua hora. A questão central de minha descrença é justamente minha situação atual: vivo correndo de lá pra cá, como no começo da carreira; não consegui juntar uma grana bacana e comprar meu veículo próprio (quanto mais a casa) e não tenho cara de mulher feita! Me sinto frustrada, de certa forma, porque tenho medo de que a menininha ruiva que mora dentro de mim não esteja satisfeita com o que encontrou ao bater a marca dos trinta... eu, pessoalmente, amo muito essa menina-mulher que me tornei.

Não sinto falta de nada. Tenho minhas experiências passadas, ricas e intensas... tenho uma personalidade, uma família que me ama, uma profissão que já tentei (pelo dinheiro) trocar, mas que hoje é fundamental para manter meu equilíbrio - se eu deixasse de dar aulas, acho que enlouqueceria. Não reclamo de nada mesmo. Se a felicidade pode ser definida, acredito que deva ser algo parecido com isso que descrevi. Você se sentir confortável com o momento de sua vida, com as pessoas que participam de sua vida, com suas experiências de vida, com seu estilo de vida. Minha vida é uma boa vida.

Problemas eu tenho sim... às vezes até caio em tentação e penso em desistir de tudo. Mas, a esta altura, algo aprendi: tudo se resolve. Tudo, menos a morte. Pode ser rápido, pode demorar anos, mas tudo se resolve... o importante é manter seu equilíbrio e confiar, acreditar mesmo. Coisas que aconteceram há oito anos, por exemplo, me pareciam o fim do mundo. Outros problemas que rolaram há três me tornaram uma pessoa triste, depre mesmo. Hoje aprendi que devemos nos desapegar dos problemas. Tem gente que gosta de bater a cabeça na parede. Eu não. Nunca mais.

Acabei caindo na auto-ajuda. Desculpem-me!! Não era bem essa a minha intenção. Mas como cheguei até aqui e não estou com coragem de apagar tudo, fica o texto. Uma verdadeira brainstorm...