Passados alguns meses já, senti falta dessa minha antiga e eficiente forma de desabafo. Muito aconteceu até este momento, e se fosse dar conta de todos os acontecimentos, acredito que não seria possível nesse humilde espaço que me gratifica muito possuir. Mas vamos ao que interessa: as mudanças, pequeninas ou grandiosas, são elas que nos movem e que nos espreitam diariamente, esperando o momento oportuno de se manifestarem.
A borboleta que antes era lagarta, a rã que em seu passado recente ainda era girino... faço minhas as palavras de Raulzito: podemos nos considerar metamorfoses ambulantes. Outro dia senti-me estranha, pois nos últimos meses muito do que antes era de meu interesse, hoje se tornou superficial. Pensem: o que é mais importante hoje? O hoje! Entretanto, só notei essa verdade há pouco, afinal, sempre fui uma sonhadora incorrigível... o problema dos sonhadores é divagar a respeito do amanhã e acabar não se importando tanto com o agora. E o agora... que beleza tem!
O sonho virou realidade. Que ótimo... e o próximo passo? O que projetar? Minha vida posso definir como um turbilhão, o olho do furacão. Quando acredito que o vento forte passou e a tranquilidade encontrou seu lugar, a paz momentânea logo se transforma novamente. E como isso me atordoa, me abate, faz de mim um fantoche do acaso! Os pensamentos que se tornam confusos, a pele que se umedece com o suor brotando pelas têmporas...entretanto, meus amigos... esta sou eu e esta minha realidade.
Prefiro acreditar que a graça de estar viva é exatamente essa: o imprevisto, que traz também boas mudanças. Primeiro seguem-se os segundos e minutos, que tomam seus lugares nas tarefas rotineiras. As horas, que se consomem... os dias, uns mais amenos, outros tão extenuantes. Quando se olha para trás, uma semana se foi... e com ela as lembranças recentes dos dias mais marcantes... e as semanas também se consomem, como fossem a chama breve de um fósforo riscado. Ah, o tempo... que loucura pensar nisso!
Fato: o tempo transforma até mesmo aquilo que acreditamos ser eterno, porque a eternidade é uma ideia.
Não passei uma borracha no passado, ainda não. Há algumas cenas que ainda estão bem frescas em minha memória, e estas preservo porque elas me preservam também. As experiências que nos fazem mais fortes e nos forjam são as mais importantes, e não devem ser apagadas de forma alguma. Por mais duras que sejam. Porém, aos que tiveram o interesse e o tempo para ler meus antigos posts, devo uma explicação: uma mudança se fez em mim. Não cultuo mais o passado, não quero mais viver nostalgias da juventude, e isso merece ser comemorado!
Os próximos segundos serão dedicados ao meu trabalho, que também consumirá os minutos e horas seguintes. É disto que tenho certeza, apenas disso. Os próximos dias, semanas e meses serão, com prazer, aguardados pacientemente. Nada mais importante do que o agora, o presente do destino... sim, o destino nos presenteia com o agora.
Então, abriremos esse presente com aquela alegria infantil, rasgaremos o papel colorido, os nossos olhos saltados frente ao inesperado! E eu desejo de coração que todos vocês sintam, como eu sinto, a mais simples felicidade: a de apenas estar.
Um comentário:
Nossa....o breve comentário mais lindo que já lí....Me fez pensar muito tb....Afinal.."O ontem já passou e não volta mais. O amanhã não temos controle nenhum sobre ele. Temos apenas o hoje para viver e ser feliz, por isso chamamos de presente"
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