quarta-feira, maio 04, 2011

Um dia na Arcádia



Às vezes, por mais que tentemos, não conseguimos entender os eventos que tomam forma e, de repente,  transformam-se em história. A nossa história. O tom alaranjado do céu, ao amanhecer, nos priva do mundo onírico arquitetado por Morpheus e leva-nos à realidade de mais um entre tantos outros dias. O ritmo do trabalho nos força a esquecer por algum tempo os devaneios, mais uma vez. O mundo concreto ao invés do abstrato, o dinheiro no final do mês, as contas atrasadas, tudo ao mesmo tempo. Enquanto isso, o tempo cumpre seu dever e o que era presente há pouco tempo já se tornou o passado do qual nos relembraremos com nostalgia ou iremos tentar esquecer. E mais uma página do livro de nossas vidas é escrito.

Talvez o segredo seja apenas viver. O problema é: como? Os árcades talvez tivessem razão, ao retomar o valor do bucolismo, ao criticar o poder centralizado e elevar a Arte, assim como retomar o sentido do "Carpe Diem" de Horácio. Entrar em contato com o natural, sentir a presença dessa energia tão simples e poderosa, em minha singela opinião, deveria ser algo comum, e não extraordinário, como o é. A arte, então, poucos são os que procuram pela beleza da arte pela arte, a expressão subjetiva e pautada pela percepção, pelas emoções e ideias, que pode ser contemplada num momento cotidiano como o abrir das janelas. Refletir sobre as questões mais mundanas, estimular o senso crítico também faz parte desse viver, e, o mais importante: colher o dia!

Todavia, esses são apenas pensamentos que, se não transformados em palavras e, posteriormente, em sentenças, logo se dissipariam em meio às demais obrigações que me espreitam agora. O concreto versus o abstrato. 


Um comentário:

F. Carolina disse...

Simplicidade devia ter sido um dos 12 trabalhos de Hércules... Por que não é "bolinho" não. Bjo!